terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PUNTA 5 ESTRELAS

Muito ouvi falar de Punta del Este depois que passei a viver em Porto Alegre, já que acabei conhecendo muitas pessoas que vão lá com freqüência. A vontade de conhecer esta cidade foi crescendo com a passar do tempo, até que num feriadão de outubro de 2010 convenci minha família a encarar 700km de estrada rumo ao Uruguai.
Conversando com as pessoas certas e dedicando umas raras horas pra elaborar um roteiro em meio à minha neurose de final de faculdade, partimos ao país vizinho e gratas surpresas. A primeira foi a beleza da Estação Ecológica do Taim, que é cortada pela estrada, ainda no Rio Grande do Sul, rumo à fronteira. A fauna e flora são maravilhosas, com destaque pra abundante população de capivaras que cruzam a estrada a cada pouco. Dá gosto parar o carro diversas vezes ao longo do percurso para fotografar.

Capivara e garça conversando


Taim


Assim é a vida de quem
mora no Chuí

Almoçamos no Chuí, na fronteira do Brasil com o Uruguai. Diferentemente da imagem que criei desde a minha infância por conta desta ser geograficamente a primeira (ou última) cidade do país, ela não é fantasma. Pelo contrário, é bastante badalada por turistas loucos pra gastar nos free-shops uruguaios (que, de fato, têm preços camaradas). Todavia, a badalação é restrita às lojinhas e o que chama a mesmo a atenção é a bagunça do trânsito, pois quase não há sinalização nas ruas e os motoristas trafegam onde querem. Pura emoção!


DESCE MAIS
Um pouco mais ao sul, já do outro lado da divisa, há a Fortaleza de Santa Teresa, um forte de meados do século XVIII. Por cerca de R$ 2,00 pode-se ver este forte estrategicamente bem-colocado num dos pontos mais altos da região, o que acabou permitindo aos seus variados ocupantes uma excelente vista do mar e do campo. O visitante tem total liberdade de andar lá dentro e explorar a fortaleza quase que por completo. Recomendo.

Fortaleza de Santa Teresa

Cemitério da Fortaleza

Já imaginou este banheiro lotado?

A estrada que pegamos costeava o litoral uruguaio, então passamos por muitas praias tentadoras, como Cabo Polônio, Punta del Diablo e outras. Porém não tivemos tempo para mais nada antes de Punta.
Nosso hotel era simples, mas ainda assim tinha preços de Punta del Este. Sendo a cidade um balneário, ela não oferece preços módicos aos seus moradores e visitantes como outras cidades do Uruguai – mas tampouco os valores são assustadores. Em suma, são os mesmos de qualquer outra cidade grande brasileira. A gastronomia é divina e variada, com destaque pros peixes, as parrilladas e os sorvetes Freddo. A população, como sempre, é amistosa e a cidade é muito bem integrada com a natureza, o que costuma ser raro.

LANÇANDO-SE AO MAR
Na primeira noite apenas tivemos tempo pra jantar e dar uma volta no centro. Já o segundo dia foi intenso. Começamos por aquilo que eu mais queria: ir pra Isla de Lobos, que é uma ilha a oito quilômetros da costa onde muitos, mas muitos, lobos e leões marinhos ficam à toa. O passeio não é barato, mas vale cada centavo investido. Na época, quase reservei pela internet o passeio por US$ 100,00 por pessoa, contudo preferi arriscar e encontrar um barco que fizesse o passeio lá no porto. Resultado: pagamos US$ 50,00 por pessoa. O trajeto é um pouco demorado, mas a vista que se tem da cidade faz o tempo passar mais ligeiro. E tudo fica mais legal quando aparecem umas baleias no caminho.
Na medida em que o barco se aproxima da ilha, o cheiro de peixe (e dos próprios lobos e leões marinhos) aumenta e logo se justifica. Afinal, são milhares e milhares deles tomando banho de sol e aloprando mar adentro. Uma cena linda e que me limitarei a compartilhar algumas fotos abaixo e sugerir que visitem este site aqui para mais algumas.

  
Isla de Lobos

Recepção calorosa

Lobos marinhos exibidos

Leões marinhos tomam banho de sol na areia

À tarde vagamos pelo porto e fizemos amizade com uns leões marinhos simpáticos que também estavam passeando por lá. Em seguida, demos uma bela caminha pela costa até o hotel.

Porto de Punta

- Tá olhando o que, mané?

Depois pegamos o carro e fomos até a Casapueblo, museu, galeria, hotel e lar do Vilaró, um genial artista uruguaio. Não custa R$ 10,00 pra entrar e depois não dá vontade de ir embora. O lugar em si só já é uma escultura fantástica, e além do mais cada canto tem alguma obra do artista.  Entretanto nada supera a vista que se tem ao entardecer do morro onde está localizada a Casapueblo. Tudo digno de muitas fotografias.

Tevo, Ger e Darli

Casapueblo

           Ainda naquela noite, demos um pulo no Conrad Resort & Casino. Acho interessante o clima deste tipo de lugar, mas meia hora lá dentro me basta... Enfim, na manhã do dia seguinte demos um pulo em La Barra, que é uma praia bonitinha e dedicamos o resto da manhã para compras.


BICICLETEANDO

Embora já tivéssemos visto os principais pontos de Punta, eu ainda estava com um sentimento de que faltava sentir melhor a cidade. A solução que eu e meu irmão encontramos foi alugar duas bicicletas (ao preço de uns R$ 4,00 por hora) e recorrer a cidade pedalando. Foi uma outra perspectiva! Percorrendo várias praias na velocidade que queríamos, chegamos ao porto – que visitamos novamente e com mais calma –, passamos pela Iglesia de la Candelaria (igreja em homenagem à Nossa Senhora da Luz) e o farol.

Juro que tava frio


Adiante, paramos numa gruta que há num mole à beira do mar. Novamente, era tudo pra Virgen de la Candelaria. Obviamente que o Monumento al Ahogado não ficou de fora do passeio ciclístico, assim como alguns lares luxuosos em meio a belos bosques. Muitas pedaladas depois, devolvemos as bicicletas e fomos lagartear ao sol na beira do mar. É muito fácil se guiar por Punta. A sinalização é boa, a cidade é relativamente compacta e os motoristas civilizados.

Gruta mar adentro

Monumento al Ahogado

À noite, pra fechar tudo com chave de ouro, devorei um tradicional Chivito e caí podre de cansado na cama. Ao amanhecer do outro dia já partimos, pois a viagem de volta era longa. Uma pena! Poucas vezes gostei tanto à primeira vista de uma cidade. Alguns me disseram que eu dei sorte por não ter encarado a cidade em dias de alta temporada. Talvez seja verdade, porém mesmo que a ritmo em outras épocas do ano seja outro, trato Punta del Este como uma cidade altamente recomendável para qualquer turista (especialmente aqueles que sofrem por conta de um TCC) e coloco Punta na minha restrita e adorada lista de Cidades Moráveis.

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